Aos 15 anos de idade, tive o meu primeiro contato com o universo da beleza e autocuidado. Nessa época, eu morava em uma cidade bem pequena no interior da Bahia chamada Itarantim. Comecei a trabalhar em um salão de beleza bem-conceituado da senhora Lindaura Lobo, que era uma profissional extremamente exigente, competente, organizada e sempre conectada com os mínimos detalhes, desde a organização e higiene do salão até o cuidado com cada cliente. Não me lembro exatamente como comecei a trabalhar com ela, mas fiquei um bom tempo. Comecei lavando cabelos, fazendo hidratação e, por fim, aprendi a fazer cutilagem (manicure). Após um tempo, comecei a atender na minha residência como manicure, mas sempre com o desejo latente em meu coração de ter meu próprio salão. No entanto, para isso, era necessário fazer um curso de cabeleireira, e naquela cidadezinha em que eu morava não havia a menor possibilidade. Foi então que decidi ir morar em uma cidade um pouco maior, Vitória da Conquista. Eu não tinha condições de morar sozinha inicialmente, então fui morar com uma prima e outra menina que também eram estudantes. No início e por um bom tempo, meus pais mandavam a feira do mês e pagavam a minha parte do aluguel.
Logo que cheguei, comecei a fazer unhas em domicílio, conheci algumas pessoas e consegui um trabalho CLT em uma clínica cardiológica. Trabalhei durante um tempo nessa clínica, deixando o meu sonho de ser cabeleireira adormecido. No entanto, mesmo estando em um universo diferente, eu sempre fazia cursos da área da beleza.
Com o passar do tempo, percebi uma inquietação dentro de mim. Não estava feliz com meu trabalho, mesmo tendo um excelente salário e ocupando um bom cargo, mas não fazia sentido para mim. Eu queria fazer parte de algo maior, fazer parte da vida das pessoas de outra forma. Então, resolvi tomar a difícil decisão de pedir demissão e ir buscar meu sonho, começar literalmente do zero! E para isso, eu precisava mais uma vez mudar de cidade, ir para um grande centro, onde pudesse fazer meu curso de cabeleireira. Não seria fácil! Mas me planejei por seis meses, fiz contato com a escola de cabelereiros Teruya (escola referência na época) e marquei a data que me mudaria de Vitória da Conquista para São Paulo.
Em julho de 1998, cheguei a São Paulo com o coração apertado. Quando desembarquei na rodoviária do Tietê e vi aquela imensidão de cidade, eu pensei: “Meu Deus, tudo isso para eu explorar!” Logo que cheguei, fomos à escola Teruya para realizar minha matrícula no curso de cabeleireira. Chegando lá, a atendente me olhou e disse: “Mas o curso só começará em janeiro do ano seguinte.” Era julho, eu quase morri desesperada. Eu não tinha dinheiro suficiente para ficar até janeiro, e eu não podia voltar para Bahia. Naquela altura, eu já estava quase chorando, minha tia então, coitadinha, sem saber o que dizer, pois ela que entendeu errado as informações… Foi então que outra atendente disse: “Já que você está aqui e o curso que você quer só começa em janeiro, você pode nesses seis meses fazer o curso de estética corporal que está começando uma nova turma hoje!” Eu olhei para ela e pensei: “Se eu quisesse estética, tinha procurado por estética.” Mal sabia eu o que o futuro me guardava. Então, eu disse que meu sonho era ser cabeleireira, e ela respondeu que eu não estaria desistindo do meu sonho, e sim agregando valor a ele. Naquele momento, estética começou a fazer sentido. Aceitei muito desapontada fazer o curso de estética corporal.
Foi aí que a estética literalmente me escolheu. A cada aula, eu me aprofundava mais, queria saber mais, estudar mais. Eu percebi como me sentia feliz em poder cuidar das pessoas. Eu ia nas empresas de aparelhos para conhecer melhor os mecanismos de ação da tecnologia e ia para a biblioteca municipal estudar fisiologia humana. Quando concluí o curso, já tinha claro dentro de mim que ser esteticista sempre foi o meu sonho, apenas havia se apresentado em um formato diferente. No ano seguinte, fiz o curso técnico de 2 anos no SENAC, trabalhei e morei em SP por bastante tempo, retornei a Vitória da Conquista, abri minha sala e aos poucos fui construindo a minha caminhada. Nesse caminho, aconteceram muitas coisas, mas fui superando e refazendo a rota, buscando sempre entregar o melhor com as condições que eu tinha. Procurava sempre cuidar dos meus pacientes com um olhar humano, entendendo suas fragilidades e respeitando a individualidade de cada um. Hoje, com 26 anos de caminhada, continuo estudando, me especializando, acompanhando cada avanço tecnológico e sempre colocando a saúde e bem-estar dos meus pacientes em primeiro lugar. Este é um pequeno resumo da minha história no universo da saúde, estética e bem-estar.